No entanto, afirma especialista, em 2023, a perspectiva é que a construção civil siga crescendo, uma vez que já existe um ciclo de negócios em andamento e que trouxe este resultado
fonte : Assessoria de Imprensa
Em janeiro, durante a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), foi anunciado que a taxa Selic seria mantida em 13,75% a.a..
Com isso, ela continua no mesmo patamar de dezembro/16 e é a maior desde outubro/16 (14%), de acordo com Informativo Econômico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Além disso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação no país, encerrou em 5,79%, valor acima do teto da meta que era de 5%.
“A inflação do ano passado só não foi ainda maior em função da desoneração dos preços dos combustíveis, que tiveram as alíquotas de impostos federais zeradas”, lembra Ieda Vasconcelos, economista da CBIC.
De acordo com Ieda, a taxa Selic foi elevada para ajudar a conter a inflação, encerrando o ano passado em 13,75%, o que correspondeu a um aumento de 11,75 pontos percentuais, já que em março de 2021 ela estava em 2%.
Projeções para o ano – Para Ieda, a estimativa para a inflação é de mais um ano de alta superior ao teto da meta. Segundo a economista, em janeiro de 2023, o IPCA aumentou 0,53% em relação a dezembro de 2022.
De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, a projeção é que a Selic termine 2023 em 12,50%. Ieda destacou que as estimativas, de uma forma geral, não sinalizam redução da Selic antes do segundo semestre de 2023.
“Ao final de 2022, acreditava-se que a taxa poderia iniciar o seu ciclo de queda em julho, ou agosto. No entanto, com as perspectivas para a inflação ainda em alta, as projeções de mercado já indicam o mês de setembro como o início do recuo da taxa”, pontuou.
Consequências – Diante deste cenário, Ieda lembra que a elevação da Selic traz algumas consequências como o aumento dos juros cobrados pelos bancos, a redução dos investimentos produtivos e a queda do consumo da população.
Um dos efeitos que já pode ser observado é o aumento de 0,46% do Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC) em janeiro de 2023. Segundo a economista, trata-se da maior alta desde julho/22 (0,86%). Este acréscimo foi motivado principalmente pelo custo com a mão de obra, que aumentou 0,70%. Já o custo de materiais e equipamentos subiu 0,05% e o custo com serviços teve alta de 1,02%.
Segundo Ieda, o custo com materiais e equipamentos vem registrando variações mais modestas desde agosto do ano passado – o único mês que não teve resultado negativo foi novembro de 2022. “Depois de mais de dois anos preocupando a construção civil com fortes elevações, vale lembrar a importância desse comportamento do custo com insumos”, ressaltou Vasconcelos.
Crescimento da construção civil – Em 2023, a perspectiva é que a construção civil siga crescendo, uma vez que já existe um ciclo de negócios em andamento e que trouxe este resultado. “No entanto, isso não constitui ausência de desafios – sendo o maior deles o patamar elevado da taxa de juros”, pondera a economista.
Da mesma forma, o Programa Minha Casa Minha Vida também traz expectativas positivas, segundo Ieda.
Em fevereiro de 2023, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI) deu sinal de melhoras, após uma sequência de quatro meses em queda. No último mês, ele avançou 2,1 pontos, na comparação com janeiro, para 51,7 pontos.
Além disso, o índice voltou a superar a linha de 50 pontos, mostrando que os empresários estão confiantes.
A Sondagem da Indústria da Construção também apontou que o índice de intenção de investimento da indústria da construção avançou 6,2 pontos na passagem de janeiro para fevereiro, atingindo 44,7 pontos.