Fonte : https://www.sobratema.org.br/Noticias/Exibir/328668
A aplicação de soluções baseadas na natureza (SBN) em grandes cidades pode ser a chave para diminuir os alagamento e enchentes nos períodos mais chuvosos. Segundo o engenheiro civil Luiz Fernando Orsini, essas tecnologias são empregadas largamente em outros países (Estados Unidos, União Europeia, China, Japão, Coreia, Singapura), com resultados positivos.
Durante o BW Talks Enchentes: Existe Solução?, promovido pelo Movimento BW, iniciativa da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), no dia 8 de junho, Orsini contou que as técnicas utilizadas na SBN seguem o mesmo princípio, o que significa reter parte da água, favorecendo a infiltração do solo e reduzindo a velocidade de escoamento.
Entre as SBN mais conhecidas são os jardins de chuva, canteiros pluviais, corredores verdes e wetlands construídos. Um jardim de chuva, por exemplo, possui uma sofisticação tecnológica porque precisa ser projetado para que cumpra a função de um sistema de drenagem, ou seja, facilitando a infiltração e absorção da água da chuva pelo solo. Assim, tanto a vegetação como as camadas do solo são escolhidas com essa finalidade. Além de ser uma solução eficiente e bonita, tem como vantagem: auxiliar na purificação da água.
De acordo com o especialista em recursos hídricos, controle de poluição hídrica, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, essas técnicas apresentam diversos benefícios, como aumentar o verde na área urbana, reduzir as ilhas de calor, controlar o escoamento da chuva e contribuir para diminuir os impactos das mudanças climáticas. Em sua avaliação, apesar da solução ser a ideal, ainda é pouco empregada no país, pois a política de drenagem não é vista por parte do poder público como uma prestação de serviços, mas como um ônus para a cidade. “O que vemos é uma política reativa na questão”, pontuou.
Entretanto, o engenheiro afirmou que existem algumas iniciativas interessantes no país, incluindo, a implementação de jardins de chuva, como no Largo da Batata, em São Paulo. “Mas não há uma ação coordenada que faça parte do planejamento urbano nas cidades. Está difícil de incluir o tema no dia a dia da administração pública”, finalizou.
