As vendas de novos imóveis registraram uma alta de 7,7% no acumulado de 12 meses, encerrados em janeiro de 2023. Ao todo, foram comercializadas 152.720 unidades, aponta o indicador ABRAINC-FIPE. O estudo foi elaborado com dados de 20 empresas do setor pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) iniciou o ano como destaque, tendo registrado uma elevação de 59,1%, com 46.885 empreendimentos vendidos de fevereiro de 2022 a janeiro de 2023. Já o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que concentra um volume maior de imóveis, apresentou uma queda de 8,2%, com 100.614 unidades transacionadas no mesmo período.
Ainda em relação às vendas, apenas no primeiro mês de 2023 foram negociados 9.336 empreendimentos, um aumento de 1,3% em relação a janeiro do ano anterior.
Outro ponto relevante para o setor, no período, foi a alta de 19,2% nas entregas. Em 12 meses, encerrados em janeiro de 2023, 91.383 unidades foram transferidas a novos moradores. Deste total, 11.976 são de imóveis do MAP e 77.315 do MCMV.
No entanto, em relação aos lançamentos, a pesquisa contabilizou uma retração de 22,6% na comparação ao período precedente. Foram apresentadas 120.870 novas unidades, nos últimos 12 meses, com o segmento de médio e alto padrão registrando 39.805 novos imóveis (-37,6%) e o MCMV 80.109 (-12,9%).
O presidente da ABRAINC, Luiz França, explica que os resultados da pesquisa demonstram que o setor da incorporação imobiliária e construção civil seguem crescendo, mas a uma velocidade menor e diante do desafio imposto por juros mais altos. Isto implica na necessidade de se ter à disponibilidade crédito a taxas adequadas.
Na avaliação dele, a habitação popular se mantém em recuperação, graças às medidas implantadas no segundo semestre de 2022 e o relançamento do MCMV. Por outro lado, a redução nos lançamentos do MAP se dá pelo fato de entre 2020 e 2022 o segmento ter aproveitado uma conjuntura de juros baixos, uma excelente oferta de crédito habitacional e agora o segmento caminha para uma estabilidade.
Por fim, o executivo lembra que é importante a implantação de medidas que estimulem o setor. Uma alternativa de seria a dedução dos juros do financiamento imobiliário no Imposto de Renda do comprador, mas ele reforça que há ainda outras propostas regulatórias que poderiam ser implantadas pelo Banco Central. “Uma possível medida seria o aumento no percentual de recursos da Poupança que é direcionado obrigatoriamente ao crédito imobiliário, dos atuais 65% para 70%”, finaliza.
Fonte: Assessoria de Imprensa