A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia anunciou nesta quinta-feira (21) os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de outubro. O mercado de trabalho brasileiro registrou em outubro a abertura de 70.852 vagas com carteira assinada. A construção civil gerou 7.294 desses postos de trabalho e fez com que o setor emendasse o sétimo mês consecutivo registrando saldo positivo na geração de empregos.
No acumulado do ano, o saldo líquido de contratações foi de 841 mil, sendo que a construção civil foi responsável por 124 mil delas. “Todas as regiões do país apresentam números positivos na geração de vagas no setor nesses primeiros 10 meses do ano. Ou seja, isso mostra que o retorno das atividades do setor está disseminado, ele está acontecendo nas várias regiões do país”, analisa a economista Ieda Vasconcelos, do Banco de Dados da Construção da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Segundo Ieda, três estados se destacaram na geração de vagas na construção civil nos 10 primeiros meses de 2019. Eles são, pela ordem: Minas Gerais, São Paulo e Bahia. São Paulo se destacou no segmento imobiliário e os outros dois, equilibraram-se entre obras de infraestrutura e obras do segmento imobiliário. As capitais desses três estados também foram as que mais geraram empregos: Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Salvador (BA).
Todas as regiões do país apresentam números positivos na geração de vagas no setor nesses primeiros 10 meses do ano, diz Ieda Vasconcelos. Foto: Ivan Amorin
Para a economista da CBIC, é muito importante essa geração de vagas com carteira assinada, pois além do aspecto social, tem a movimentação da economia como um todo. Além disso, o levantamento demonstra também uma mudança na rota.
“A construção civil tem uma cadeia muito extensa e esses resultados mostram que o setor volta às atividades com expectativa de crescer depois de cinco anos de queda, ainda que seja esperado um crescimento muito modesto para este ano de 2019 – cerca de 0,5%, – porque tivemos queda de 27% no PIB [Produto Interno Bruto] da construção nos últimos cinco anos”, explica. “Nós deixamos de cair e começamos a retomada e isso é muito importante, não só para o setor, mas principalmente para o país, que ainda tem muito a construir”, avalia.
“Foi só o mercado imobiliário andar que os empregos começaram a crescer. Estamos trabalhando para que os outros segmentos da construção continuem ampliando sua participação, proporcionando também aumento de postos de trabalho”, destaca o presidente da CBIC, José Carlos Martins.
Em outubro, cinco dos oito setores de atividade econômica apresentaram crescimento no nível de emprego, entre eles a construção civil. Tiveram desempenho positivo:
- Comércio (43.972)
- Serviços (19.123)
- Indústria da Transformação (8.946)
- Construção Civil (7.294)
- Extrativa Mineral (344).
Apresentaram resultados negativos, por outro lado, Administração Pública (-427), Serviços Industriais de Utilidade Pública (-581) e Agropecuária (-7.819).
Atividade econômica tem melhora no quadro geral
Segundo Ieda, construção civil foi responsável por 124 mil vagas criadas entre janeiro e outubro de 2019.
O resultado foi divulgado pouco antes de Ieda Vasconcelos apresentar o relatório ‘Conjuntura Econômica Nacional e a Construção Civil’, durante a reunião do Conselho de Administração da CBIC, realizada nesta tarde em Maringá (PR).
No resumo do cenário econômico nacional, ela destacou que o quadro geral da atividade econômica percebeu uma melhora. Entre os sinais positivos estão:
- Aprovação da reforma da previdência.
- Taxa de juros no menor patamar histórico, com possibilidade de nova redução.
- A inflação permanece abaixo do centro da meta (redução de juros e inflação baixa promovem ambiente positivo).
- Geração de emprego com carteira assinada.
- Redução na taxa de desemprego.
- Liberação dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo e Serviço (FGTS) deve promover o aumento temporário do consumo.
- Construção Civil sinaliza crescimento.
- Resultados da Indústria divulgados até o 3º trimestre demonstram trajetória ainda lenta. Assim, aguarda-se que os resultados do 4º trimestres, caracterizados pela continuidade da queda de juros e dos recursos extras (saques do FGTS) tragam mais consumo e dinamismo para o segmento.
Ela também destacou que o setor tem no ‘radar’ dois assuntos para acompanhar:
- Reformas pós-previdência: há necessidade de agilizar as reformas tributárias e administrativa.
- Economia necessita de mais estímulos para a retomada do investimento privado. É isso que dará sustentação ao crescimento do País.
O acompanhamento do tema tem interface com o projeto Banco de Dados da Construção, desenvolvido pela CBIC com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
Fonte: CBIC