Fonte : Publicado em 28 de outubro de 2021 por Mecânica de Comunicação
As edificações influenciam no processo do aquecimento global, por utilizar energia advinda de combustíveis fósseis ou outras fontes para aquecer, iluminar, resfriar e ventilar, sendo responsáveis por 40% das emissões de CO2. A sustentabilidade na arquitetura deve reverter essa situação por meio de projetos sustentáveis, que usam recursos naturais renováveis, diminuindo os fenômenos negativos que impactam o meio ambiente.
Nesse sentido, nas últimas décadas, surgiram a Bioarquitetura ou Arquitetura sustentável, a Ecoarquitetura, a Arquitetura Passiva, entre outros. A Ecoarquitetura não interfere na natureza e só usa materiais certificados, especificamente, os ecológicos. O ecodesign tem como base a preservação da natureza e dos recursos naturais, evitando qualquer tipo de poluição.
No caso da Arquitetura Bioclimática estão presentes os conceitos de Casa Passiva e da Arquitetura Sustentável, levando ainda em consideração a integração entre as construções das edificações, os sistemas de transporte público e individual e os espaços públicos, valorizando o meio construído e o espaço urbano.
Para ser uma edificação sustentável, é preciso adotar a maioria das regras da arquitetura sustentável: vedações externas com alta eficiência energética, produção de energia e sem emissão de carbono, otimização do uso de recursos e de energia incorporada, sem desperdício de água, ser saudável e não poluente, ser duradoura, adaptável e fácil de desmontar.
Dentre as estratégias ambientais da arquitetura sustentável encontra-se a proteção e conservação do solo. Para exemplificar, é possível aterrar com o solo escavado no próprio local, replantar e restaurar os terrenos afetados, planejar cuidadosamente o canteiro de obras e os estacionamentos, além de algumas medidas para impedir a lavagem do solo e a erosão pelo vento durante a construção da obra. Da mesma forma, a vegetação que foi trazida para serem plantadas no terreno não deve ser retirada de áreas sensíveis.
Considerando-se tal contexto da construção sustentável, a abordagem da arquitetura bioclimática traz a preocupação com a adequação da construção ao clima, visando o conforto térmico, acústico, sonoro e visual do usuário. Para isso, o arquiteto deve ter aptidões para utilizar recursos de projeto escolher materiais adequados, levando em conta as variáveis climáticas externas do local, onde a edificação será implantada. A arquitetura bioclimática trata a edificação como um “Envelope (estrutura formada pelas paredes, portas, janelas, telhados e piso), formando uma membrana reguladora permeável e controlada, entre o ambiente externo e o interno”.
Além disso, em todos os climas, as construções vernáculas aproveitam eficientemente os recursos naturais disponíveis. Exemplo disso é a energia solar, para aquecer as construções ou o aproveitamento da água, economizando esta fonte, criando e cultivando soluções construtivas adequadas às suas necessidades individualizadas. Este fato se verifica tanto nas regiões frias polares quanto nas regiões mais quentes dos trópicos.
A arquitetura bioclimática considera ainda três grandes aspectos: o lugar, a história e a cultura, enfatizando sua importância como fundamentos básicos na arquitetura. Compreende-se então, o lugar, como origem, como ponto de referência, fornecendo os valores climáticos e microclimáticos de uma região, condicionando o problema e a solução arquitetônica para a construção ser sustentável. Por um lado, a paisagem do entorno, os materiais de construção e as formas construtivas constituem fonte de inspiração e de delimitação do leque de possibilidades para a adequação das formas arquitetônicas urbanas, por outro o microclima incluindo uma relação de aspectos térmicos, luminosos e acústicos, inseparáveis no espaço construído arquitetônico, condicionando a tentativa de reduzir o consumo energético das edificações.
As informações foram extraídas da dissertação de mestrado Implantação e pós-ocupação de obras residenciais em relação à sustentabilidade do ambiente urbano: uma proposta de manual de arquitetura residencial sustentável, defendida por Ana Líria da Silva, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste/Campus Toledo, sob orientação do professor Maurício Ferreira da Rosa e coorientação da professora Silmara Dias Feibe